Uma grande confusão se estabelece quando o assunto é coaching. É tanta informação, é tanta gente falando sobre e vendendo coaching que, como dizia um antigo chefe meu no jornalismo, se você não está confuso é porque seguramente está desinformado.

Nos últimos tempos, uma avalanche de posts motivacionais invadiu as redes e desmorona a cada dia sobre nossas telas de computador e outros aparatos tecnológicos, misturando conceitos como coaching, mentoria, consultoria e terapia, colocados todos na mesma vasilha e transformando tudo numa salada só.

A primeira coisa que ficou muito clara pra mim, quando fiz minha formação como life coach pela Sociedade Latino Americana de Coaching (SLAC), é que coaching não é terapia, nem mentoria, nem consultoria. São coisas completamente distintas, basta uma rápida consulta aos dicionários.

Coaching não é terapia, nem mentoria, nem consultoria. São coisas distintas.

Por ser ainda uma profissão não regulamentada e, portanto, com baixa barreira de entrada, o coaching tem atraído muitas pessoas, principalmente neste momento de crise e desemprego, gerando até uma banalização, com grande oferta diversificada de profissionais desde os sérios até os que querem ganhar dinheiro a qualquer custo em larga escala, aproveitando-se inclusive das facilidades do marketing digital, que, quando mal usado, é extremamente nocivo.

Infelizmente, tem se visto por aí muita informação truncada e incompleta com gente vendendo, muitas vezes, gato por lebre. A coisa piora quando vemos pessoas de outras profissões, formadores de opiniões, falando e criticando o coaching, sem ao menos se dar ao trabalho de saber do que se trata. É como se tivesse virado moda falar mal do coaching.

(…) tem se visto por aí muita informação truncada e incompleta (…) A coisa piora quando vemos formadores de opiniões criticando o coaching, sem ao menos se dar ao trabalho de saber do que se trata.

Outro dia, vi num vídeo uma pérola de um destes formadores de opinião falando sobre o que ele achava sobre coaching. Realmente, um “achismo”, a começar que coaching, apesar de ter um tempo de duração relativamente curto e especificado, com começo, meio e fim, não é, como ele definia, uma terapia breve, uma vez que o coach não trata psicopatologias, a não ser que seja também psicólogo ou qualquer outro profissional de área terapêutica. Mas, neste caso, o trabalho a ser realizado não é coaching e é preciso deixar isso bem claro para o cliente.

São atitudes como essas que mais atrapalham do que ajudam a esclarecer, pois apenas levantam polêmica e embaralham as informações, impedindo que as pessoas possam escolher o melhor caminho a seguir.

Life Coaching  O processo de life coaching, por exemplo, volta-se para pessoas que querem aprender a acessar todos os recursos que já existem dentro de si para ter uma vida mais plena e feliz, aprendendo a lidar com fracassos e ressignificando o que não vai bem.

Diferente do executive coaching, mais tradicional e que trabalha competências de um profissional dentro de uma empresa, o coaching de vida (life coaching) trabalha comportamento e, não havendo traumas passados que demandem um processo terapêutico, é perfeitamente factível de trazer resultados, uma vez que o coaching acontece do momento atual em que a pessoa se encontra para o futuro, ajudando-a a agir com foco e planejamento estratégico, em busca de melhoria contínua.

O life coaching trabalha comportamento e, não havendo traumas passados que demandem um processo terapêutico, é perfeitamente factível de trazer resultados.

Importante destacar que o coach é apenas um facilitador, considerando que é o coachee (cliente) quem vai trabalhar seu autoconhecimento para poder desenvolver todo o seu potencial, a partir de técnicas e ferramentas trazidas pelo coach.

Este é o verdadeiro sucesso que se busca, incessantemente, no processo de life coaching e isto não deixa ninguém doente, outra das pérolas que já ouvi também. Importante, no entanto e antes de tudo, definir o que é sucesso. Sucesso não é sinônimo de fama nem holofote. Isso, sim, é uma obsessão doentia porque podemos nos realizar de maneira bem mais simples, vivendo integralmente a nossa essência. Não buscar este sucesso, não desenvolver o que já temos mas não sabemos como acessar, é simplesmente desperdício de vida.

Afinal, por que viver mediocremente quando se tem, dentro de você, todo um potencial adormecido, esperando para ser despertado e usado?

Daniella Wagner