Você acha que este assunto não tem nada a ver com os temas sobre o qual escrevo neste blog para que você possa ter uma vida mais plena e feliz? Então este artigo é especialmente pra você!

Quando eu era criança tive um cofrinho e aprendi que era importante juntar moedinhas “para economizar”. Lembro que alguns bancos, naquela época, ofereciam as latinhas de brinde aos filhos de seus clientes, incentivando-os à poupança. Era o máximo da educação financeira que recebíamos. Ou seja, nenhuma. Alfabetização financeira não fazia parte do currículo escolar e acho que ainda hoje não faz, pelo menos na proporção e carga horária necessárias.

Só muito tempo depois, já adulta, comecei a buscar informação e descobri a diferença entre poupar e investir. Num país como o nosso, guardar dinheiro sem estratégia é o mesmo que jogar dinheiro fora. Se todas as áreas da nossa vida merecem atenção, com a financeira não pode ser diferente, por mais que este pareça um tema árido para muitos. É preciso cuidar muito bem desta área, pois dinheiro não aceita desaforo. Muita gente só descobre isso a duras penas, já atolada em dívidas, trabalhando muito, e cada vez mais, e até vendendo patrimônio para se livrar delas.

Quanto mais leio sobre isso, mais me apaixono pelo assunto. Não sou especialista em economia, mas sou a prova viva de que não é preciso ter tido a matemática como matéria predileta na escola para gostar de economia. Economia é vivência diária. E hoje em dia, com tanta informação gratuita disponível na internet e consultorias acessíveis a pequenos investidores, basta um pouquinho de boa vontade para entender o cenário econômico, aprender a fazer bons investimentos e proteger seu patrimônio. Desta forma todos podemos preencher esta lacuna do nosso modelo educacional.

Mindset empreendedor – É preciso também ter mindset empreendedor, isto é, pensar com a mente aberta e parar de torcer o nariz quando o assunto é finanças. (Lembre-se: o dinheiro trata bem quem lhe trata bem). Só assim é possível estar com o radar ligado para as oportunidades e ter tranquilidade suficiente para não se desesperar diante de crises, que vão sempre existir, e saber aguardar o mar revolto acalmar de novo para poder surfar na onda boa. Para isso é preciso conhecimento, vontade de aprender.

“As pessoas moldam sua vidas por meio de seus pensamentos.”

No último livro que li sobre o assunto, Pai Rico Pai Pobre (O que os ricos ensinam a seus filhos sobre dinheiro), Robert Kiyosaki conta como foi crescer influenciado pelo modo de pensar e, portanto, de agir de seu pai e do pai de um amigo. O primeiro era um professor muito instruído, que cobrava do filho que se saísse bem na escola para conseguir ter a segurança de um bom emprego. O segundo era um homem de negócios que, em questões de dinheiro, o aconselhava a aprender a administrar o risco. O convívio com homens de mentalidades e atitudes muito distintas fez o autor aprender com ambos, observando sobretudo que “as pessoas moldam sua vidas por meio de seus pensamentos”.

Kiyosaki conta que, quando pequeno, ao pedir ao pai para lhe comprar algo, ouvia automaticamente a frase “Não dá para comprar isso.” Quem já não falou isso também para um filho? Eu já. Principalmente se estamos assoberbados de contas para pagar e queremos encerrar logo o assunto. Ok, podemos também dizer isso por questões educativas para não mimarmos nossos filhos, dando-lhes presentes sem fim. Isto é ótimo, sem dúvida, mas não é disso que estou falando aqui.

O que me chamou atenção é como o pai do amigo encaminhava a situação. Em vez de dizer que sim, ele perguntava ao filho “O que você pode fazer para comprar isso?”. Segundo ele, a primeira frase era definitiva, afirmava e deixava sem alternativa, trazendo desânimo, tristeza e até uma sensação de desamparo. A outra perguntava e levava à reflexão, fazendo o cérebro trabalhar, abrindo possibilidades, trazendo empolgação, estimulando sonhos.

“O ativo mais poderoso que todos nós possuímos é nossa mente.”

Se para termos sucesso financeiro é preciso ter muito mais ativos que passivos no nosso balanço patrimonial, é interessante considerarmos, como nos lembra Kiyosaki, que “o ativo mais poderoso que todos nós possuímos é nossa mente”. E ficarmos atentos cada vez mais ao modo como estamos trabalhando a nossa mente e direcionando nossos pensamentos, pois é a partir deles que tomamos nossas decisões e agimos.

E é principalmente interessante levarmos em conta como podemos estimular esta alfabetização financeira em casa, com nossos filhos, desde pequenos.

E você? Também teve um cofrinho quando criança? E o que fez com sua instrução financeira a partir daí?

Daniella Wagner