Quando esperamos que algo aconteça vivemos uma expectativa. E, quando este algo não acontece, vivenciamos um sentimento de frustração. Grande chance de ocorrer, porque, por mais que coloquemos nossa energia para que algo aconteça do jeito que imaginamos ou tenhamos algum resultado, se este não depende somente de nós, mas de terceiros, ou seja, é externo a nós, nada feito.
No dicionário, encontramos diversos significados para a palavra expectativa, entre as quais, “esperança baseada em supostos direitos, probabilidades, pressupostos ou promessas.” Ou seja, bases frágeis e não muito sólidas, certo? Também aparece como “estado ou qualidade de esperar algo ou alguma coisa que seja viável ou provável que aconteça; um grande desejo ou ânsia por receber uma notícia ou presenciar um acontecimento que seja benéfico ou próspero.”
Mas se não depende de nós, e não temos como garantir que ocorra exatamente o que esperamos, o que fazer, então, para não nos frustrarmos?
Estar atento a esta questão é o primeiro passo. Só é infeliz quem se frustra. E só se frustra quem tem expectativa. Por isso, quanto menos expectativa, menos frustração e, portanto, mais felicidade. Parece mágica, mas não é.
Felicidade é um exercício diário. Os recursos estão todos dentro de nós, no autoconhecimento para que possamos usar todo nosso potencial para ser feliz. Apenas precisamos nos dispor a realizar este trabalho.
Essencial é saber que nossa felicidade não depende do outro para que aconteça. Triste de quem terceiriza a responsabilidade de sua própria felicidade. Corre o risco de ficar sem ela se o outro cansar e resolver ir embora. Corre o risco de ficar frustrado porque não teve suas necessidades atendidas por outros. Feliz de quem já entendeu que nós somos a nossa única companhia certa até o fim de nossas vidas. Cabe, por isso mesmo, cuidar com muito carinho deste ser que estará junto de nós para sempre: nós mesmos.
Fazendo tudo que está ao nosso alcance, o que depende de nós, a chance de dar certo é grande porque nos empenhamos. E aí a ótica é outra, sai a expectativa, que está nas mãos do outro, e entra a perspectiva, que está nas nossas mãos, como resultado e consequência das nossas ações. Passei a ser mais feliz quando deixei de ter expectativas e passei a ter perspectivas.
Porque perspectiva significa “arte de retratar, desenhar ou reproduzir as coisas tal e qual como elas são, tendo em conta as suas reais dimensões, a sua posição e a distância a que se encontram” e é também “o modo de ver baseado em dados conhecidos”, portanto, de realidade e muito mais concretos e palpáveis.
Pode parecer um simples jogo de palavras, mas me encanta saber que vivo de perspectivas e não de meras expectativas.
Você já havia pensado alguma vez sob este ponto de vista, sob esta perspectiva?
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